Ocupação – músico, maestro
Data de Nascimento – 14/02/1920 – Viradouro/SP
Data de Morte – 07/03/1970 – Santos/SP (aos 50 anos)
Família e Exército
Filho do Maestro Júlio de Castro (1900-1963) e Elvira Silveira de Castro, Nelson de Castro foi o primogênito de uma família de sete irmãos, todos ligados a música: Jasson, Gelson, Wilson, Júlio, Leopoldo, Adilson.
Nelson casou-se no dia 30 de dezembro de 1943 com Aracélis Alvares, na cidade de Monte Azul Paulista. Tiveram um filho, Nelson de Castro Júnior, que diferente do pai, tios e avô, optou pela medicina, não seguindo a tradição musical dos Castro.
No ano de 1944, com 24 anos, entrou para a Escola Militar, onde cursou especialização para Sargento e serviu na Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Itália. Retornou para o Brasil anos depois e foi promovido a Tenente, deixando em seguida a carreira militar.
Carreira Musical
No ano de 1948, Nelson mudou-se para Tupã, onde seu pai, o Maestro Júlio já residia com a esposa e os demais filhos, regendo a Banda Musical Municipal. Nelson passou a trabalhar na prefeitura de Tupã em 8 de julho do mesmo ano, mas não por muito tempo.
Seguindo os passos do pai e dos irmãos, ingressou na Banda Musical Municipal, que entre os 18 músicos, contava com a presença dos vários dos irmãos Castro, além do pai, Maestro Júlio de Castro.
No ano seguinte, em 1949, Nelson deu um passo maior ainda. No dia 22 de novembro, dia de Santa Cecília, padroeira da música e dos músicos, criou uma das mais conhecidas e respeitadas orquestras do Brasil, a Nelson e sua Orquestra Tupã.
O maestro Júlio tornou-se empresário da Nelson e sua Orquestra Tupã, que contava com vários músicos de destaque: A formação principal da Orquestra nos anos 1950 era: Gelson e Leopoldo de Castro (trompetes); Ari de Almeida (bateria); Isaltir de Carvalho (pandeiro); Monteiro (contrabaixo); Jonas, Ari Menuso e Wilson de Castro (trombones); Carlinhos (violão); Idalto Flores de Carvalho, Brasileiro Schetini, Marinho e Eliseu "Peixinho" (saxofones); Stelinha Mendes (cantora); Nelson Mello (cantor); e maestro Nelson de Castro.
A orquestra mais requisitada
“De meados dos anos 1950 até o fim de sua carreira, a Nelson de Tupā dominou o mercado de bailes, sendo a mais requisitada orquestra do interior de São Paulo Os bailes em que atuava eram garantia de sucesso e certeza de grandes espetáculos, graças a qualidade técnica de seus componentes, ao esmero na seleção do repertório e até à pronunciada elegância com que todos se apresentavam.
Em 1956, a Nelson recebeu em Pindorama, das mãos do jornalista Corifeu de Azevedo Marques, o título de melhor orquestra do interior de São Paulo [...] Foram centenas as apresentações da orquestra em vários estados. Em cerimônia em Bauru, ela receberia de novo o troféu de melhor orquestra de baile do interior das mãos de Wilson Sandoli, presidente da Ordem dos Músicos do Brasil.
O título que Nelson mais amou, no entanto, foi aquele que lhe foi concedido em 20 de novembro de 1961 pela Câmara Municipal (de Tupã): o de cidadão benemérito de Tupā, exatamente pela projeção que deu à cidade. (Bíg Bands Paulistas – História de orquestras de baile do interior de São Paulo, 2017)”
Discos
Foram dois discos gravados por Nelson e sua Orquestra Tupã. Em 9 de dezembro de 1959, uma cerimônia pública foi realizada na avenida Tamoios para o lançamento do primeiro LP, Esquentou o Baile, pela gravadora RGE.
O segundo disco veio em 1969, pela gravadora Beverly, com o nome de Nelson e sua Orquestra Tupã.
Em 1967, Nelson compôs a música do Hino à Tupã (Lei.1393 de 27/06/1967), cuja letra havia sido feita pelo professor e escritor tupãense Altino Martínez.
Segundo Disco
Lado A: O Conde (Evaldo Gouveia e Jair Amorim); The Ballad of John and Yoko (John Lennon e Paul McCartney); Que Pena (Jorge Benjor); These Are Not My People; My Chérie Amour (Stevie Wonder); Alaie.
Lado B; Tema e Amor de Romeu e Julieta; Comment te dire adieu (Françoise Hardy); Brother Long´s Travelling Salvation Show; Happy Heart (Andy Willians); You´ve Made Me so Very Happy (Alton Ellis); Storm (James Cobb e Buddy Buie).
Morte
Nelson de Castro morreu jovem, aos 50 anos, no dia 7 de março de 1970, na cidade de Santos. Ele estava em seu apartamento, na Rua Bartolomeu de Gusmão, 57, apartamento 93, onde faleceu às 23h40, por problemas de coração.
Seu corpo foi trasladado para Tupã horas depois e durante todo o dia 8 de março foi velado e reverenciado por milhares de pessoas. O sepultamento aconteceu às 17h30, no Cemitério São Pedro, marcando o fim de uma era da música não apenas em Tupã, mas em todo Brasil.
Homenagens
Nelson de Castro foi homenageado pelo município de Tupã e pelo Governo do Estado, eternizando seu nome na Escola Estadual que hoje leva seu nome, Escola Estadual “Maestro Nelson de Castro”, construída na Rua Antônio Buffulin, 355, bairro Vila das Indústrias.
A escola foi criada em 5 de janeiro de 1965 com o nome de Grupo Escolar de Vila Indústria e foi instalada em 16 de fevereiro de 1970, passando a se chamar Grupo Escolar Maestro Nelson de Castro em 09 de abril de 1970 por decreto estadual e posteriormente, Escola Estadual Maestro Nelson de Castro.
SITES PESQUISADOS:
Câmara Municipal de Tupã: http://www.camaratupa.sp.gov.br/
FONTES:
- Big Bands Paulistas: história de orquestras de baile do interior de São Paulo. Martins, José Ildefonso; Martins, José Pedro Soares. Edições SESC São Paulo, 2017. 232 páginas.
- Tupã: Depoimentos de uma cidade. Arlindo Vizelli Montes; Elizabeth Manrique Moreno; Iara Bianchi Nakayama. ISBN: 978-85-904606-2-6. 2012 (2ª ed.), 605 páginas.
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